Outro dia estava em Campinas e me deparei com a Vogue Americana da Taylor Swift. É claro que eu, fã assumida, entrei em parafusos.
Como a revista custava R$18,00 fiquei em dúvida se levava ou não. Afinal, a crise econômica está aí fora, a qualquer hora pode bater na nossa porta. De qualquer jeito, no fim do dia saí do shopping sem a revista e com um cardigan. Pelo menos, se a crise bater à minha porta, não vai me pegar com frio.
Quase chorei de felicidade.
Mentira. Mas fiquei muito feliz.
Agradeço ao site Taylor Swift Brasil pela tradução E matéria. Genial!
Sei que a matéria é bem grande pra quem não gosta de ler, mas é bem interessante, e mostra traços da personalidade de uma pessoa que tem caráter. ;)
VOGUE:
Taylor Swift está sentada na primeira fila do desfile da coleção de primavera 2012 ready-to-wear do estilista Rodarte durante a New York Fashion Week parecendo formal, praticamente pura, em uma roupa de cor marfim com longas e rendadas mangas, gola alta e uma saia comprida – um look da coleção de outono do Rodarte que foi inspirado em parte pelo espírito das fazendas do Estado do Kansas. É um estilo de traje que fica em uma linha tênue entre sinceridade e ironia, entre uma fantasia muito literal e uma inteligente referência fashion.
Em outras palavras, precisa ser uma mulher com distinta coragem para usar o traje sem ficar parecida com a Melissa Sue Anderson de Little House on the Prairie. O fato é que Swift é tão magra como uma supermodelo, mais alta que todos (com 1,80m de altura, ela fica com mais do que 1,90m usando suas plataformas da Miu Miu), e tem pele extremamente pálida – bem, vamos dizer apenas que ela fica em uma categoria entre atraente e deslumbrante.
A ironia torna seu triunfo ainda mais gratificante: Ela é que esta vestindo o vestido, e não o contrário. Empoleirada aqui em meio aos profissionais desinteressados, ela é toda sorridente e confiante, distribuindo de abraços e pontos de exclamação. Curiosamente, o seu oposto está sentada há apenas dois assentos de diferença: Rooney Mara, ainda em modo “Lisbeth Salander”, vestindo somente preto e parecendo assustadoramente pálida. Um editor sentado próximo brinca que as duas poderiam ser a bruxa boa e a bruxa má no musical O Mágico de Oz.
Assim que as modelos começaram a sua procissão, ficou rapidamente claro que Rodarte, cuja prevalência estética de bruxa má em suas coleções tornou as irmãs Mulleavy “queridinhas” da moda, mudou para o território da Glinda (a bruxa boa do Mágico de Oz). Parece que foi solicitado ao diretor de elenco um exército de Taylor Swifts – loiras, bonitas e esbeltas, com cabelos longos e ondulados, mas, para o desfile, usando maquiagem de zumbi. Realmente, toda a coleção – um desfile de femininos e bonitos vestidos, saias e suéteres, todos tricotados à mão e estampados com uma mistura entre flor silvestre azul e girassol amarelo, com alguns detalhes da tela famosa de Van Gogh, Starry Night – parece que foi desenhada para Swift. “Eu nunca vi um desfile em que eu quisesse usar tudo” , ela disse sem fôlego.
Depois, assim que mergulhamos no esmagamento da rua para encontrar o motorista de Swift e seu carro, eu escuto alguém descrever a coleção como “baile com ácido”. Vem-me a mente na hora que a própria Swift pode ser descrita como completamente baile sem nenhum ácido – para uma determinada audiência, sua música e sua aparência estão presas no território adolescente. E é por isso que é uma boa surpresa descobrir como ela é esperta. Ela é inteligente, engraçada e ocasionalmente demonstra um humor praticamente indecente enquanto passeamos com uma pequena comitiva pela cidade neste dia quente de outono visitando exposições de estilistas.
Inclusive, uma das primeiras coisas que ela menciona é o famoso vídeo no YouTube sobre um texugo cuja narração é laçada com obscenidades. Swift sabe cada fala – embora peça que os xingamentos não sejam citados na entrevista. Ela pode ser mais rebelde do que a sua imagem sugere, mas ela não é Courtney Love. Ela tem um profundo senso do que é apropriado e conhece sua audiência – sabe que eles não estão prontos para que ela cresça muito ainda.
Enquanto vamos pela parte sul de Manhattan em direção à exibição do Alexander Wang, engajamos uma conversa sobre como ninguém realmente supera o ensino médio. Se Swift foi criticada por apresentar grande crescimento em seu desenvolvimento criativo – ou melhor dizendo, por estar presa no baile – essa tendência deu à ela uma habilidade incrível de capturar em suas músicas o estado de espírito vulnerável das garotas adolescentes por toda parte. “Why you gotta be so mean?” (Por que você tem que ser tão malvado?) ela canta na música country que definiu seu ano incrível de diversas formas e que foi nominada aos Grammys.
Claramente os seus dias de escola permanecem demasiadamente vívidos. Swift, que cresceu em uma fazenda de árvores de Natal na zona rural do estado da Pensilvânia, conta que quando ela estava na quarta série sua família se mudou para Wyomissong, um subúrbio rico da cidade Reading. “Então… ensino fundamental? Vergonhoso”, ela diz começando com uma narração engraçada. “Ter um hobby diferente do de todos as outras crianças? Vergonhoso. Cantar o hino nacional durante os finais de semana ao invés de frequentar as festas do pijama? Mais vergonhoso ainda. Usar aparelho? Vergonhoso. Ganhar muito peso antes de começar o surto de crescimento? Vergonhoso. Ter um cabelo crespo que ainda não forma cachos? Vergonhoso. Tentar alisá-lo? Vergonhoso!” , ela começa a rir. “Tantas fases diferentes!”.
Por mais difícil que seja imaginar hoje, Swift sempre se sentiu excluída. “Acredito que quem você é na escola realmente fica com você”, ela diz. “Eu nunca me sinto como a garota popular na festa, nunca. Sempre penso assim: sorria e seja legal com todo mundo porque você não foi convidada para estar aqui”.
Quando eu confesso que tocava os pratos na banda da escola durante os meu primeiro ano de ensino médio ela me da um high-five. “Todas as minhas pessoas preferidas – aquelas em que realmente confio – não foram populares quando adolescente”, ela diz. “Porque, se você consegue ser popular no ensino fundamental, talvez você tenha habilidades que não devia ter. Talvez você saiba naturalmente como enganar os outros”, ela ri. “Sempre tem aquela garota do segundo ano do ensino médio que parece ter 25 anos. E você pergunta: como você consegue? Como você consegue, Sarah Jaxheimer?”, ela solta um gritinho cômico: “Como o seu cabelo é tão brilhante?!” (Mais tarde eu joguei o nome da Sarah Jaxheimer no Google e é claro que ela tem um cabelo lustroso e perfeito como o da Jennifer Aniston).
Taylor finalmente parou de se importar em ser popular. “Acho que aconteceu assim que eu sai da escola, quando eu tinha dezesseis anos, porque daí tudo que me importava era a música e aquele sonho que eu tive durante a minha vida toda. Não era importante que as pessoas na minha escola não achavam que a música country era legal ou se eles tiravam sarro de mim por isso – embora eu me importasse de não estar usando as mesmas roupas que todos os outros usavam naquela época. Mas, em algum momento eu simplesmente decidi que gostava de usar vestidos e botas de cowboy”.
Aparentemente um grande número de pessoas também gosta. Algumas semanas atrás eu assisti Swift tocar para um estádio de 50 mil pessoas na Filadélfia que, para todos os efeitos, é o público da sua cidade natal. Eu nunca vi tantas jovens, adolescentes e crianças com suas mães, todas usando vestidos e botas de cowboy. “Eu olho para os estádios cheios de pessoas e vejo que eles sabem todas as palavras das músicas que eu escrevo” , diz Swift. “E enrolam seus cabelos! Eu lembro quando alisava o meu cabelo porque eu queria ser como todas as outras meninas e agora o fato de que muitas copiam o que eu faço? É simplesmente engraçado e maravilhoso”. O fato de que Swift, com 22 anos, já aprecia esta deliciosa ironia diz muito sobre a sua visão madura. E ainda, ela também ser a única jovem que consegue encher estádios enormes sugere que tem conteúdo além do normal para a sua idade. Quantos artistas conseguem lotar estádios hoje em dia?
“Umm… Kenny Chesney, U2 e Paul McCartney. Não há muitos shows em estádios mais” , ela diz. “Não é pouca coisa e eu sei. Entrar no palco na frente de 65,000 pessoas pode te levar às lágrimas. Se você realmente absorve o momento no final de uma música e escuta tantas pessoas gritando, isso vai fazer você chorar”.
“Você não se assusta?”
“Isso é o que eu queria fazer na minha vida inteira” , ela diz. “Nunca me apavora. Nunca”, ela pausa por um momento. “Mas, sabe o que me assusta? Quando o sonho vai acabar? Eu estou tão feliz agora e, por isso, estou sempre vivendo com medo. Quer dizer, isso não pode ser real, não é? Essa não pode ser a minha vida.”
“Você é tão alta!” exclama Alexander Wang quando coloca os olhos sobre Taylor Swift.
“Eu acho que ainda estou crescendo”, ela diz. “Eu ainda não cheguei ao meu máximo possível.”
Wang discretamente confere o visual dela. “Isso é Rodarte?”
“Sim” diz Swift. “É da coleção de outono”.
“Veste você perfeitamente”. E, depois, entregou o maior elogio no mundo da moda: “Você é sample-size!”
“É muito bom quando eu vou aos ensaios fotográficos e tudo serve” , diz Swift.
“Mas, aposto que também torna as coisas difíceis para você”, diz Wang, “ porque provavelmente eles falam ‘Oh, ela é sample-size, então pode usar tudo da coleção de passarela’ e você diz ‘eu é que não vou usar isso”, eles riem. Os dois vão até as roupas penduradas que estão por perto, a coleção futurista BMX-sporty que ele exibiu alguns dias antes. Ele pega algo da prateleira, que ele chama de “knit racing sweater” e Taylor diz, “Muito Tron da sua parte”.
“Ela entende! Amei!” , diz Wang claramente encantado. Eles andam até os acessórios. “Precisa de um capacete de moto?” , Wang que fez o design de um com estampa de flores, pergunta.
“É incrível” diz Swift. “Você deveria enviar um desses para a Pink. Ela iria amar”. Há um ar reflexivamente generoso em Swift, que diz a Wang com um abraço de despedida “Eu adoro o quão feliz você é”.
Enquanto descemos com o elevador, Swift oferece sua opinião. “Algumas pessoas apenas atraem atenção e excitamento” , ela diz. “É meio inexplicável. As pessoas até estudam isso. Existe um pouco de ciência sobre este fator. Algumas pessoas evocam uma resposta apaixonada. É uma loucura. Esta é a minha teoria sobre o Alexander Wang”.
Eu já entrevistei Taylor Swift pelo telefone há alguns anos e algumas coisa que eu lembro daquela conversa ainda me parecem verdade: ela é mais esperta que o normal, excessivamente graciosa, fica feliz por conversar sobre qualquer coisa relacionada à música, é extraordinariamente ambiciosa e fica encantada ao descobrir que eu cresci na mesma cidade em que ela passava os verões quando era menor.
Agora, no carro no caminho para o estúdio de Prabal Gurung’s no centro da cidade, eu conto para ela que eu estive há pouco tempo em Stone Harbor almoçando com minha família e que mencionei para eles que a Taylor Swift meio que cresceu lá. “Eu sou totalmente de lá” , ela diz. “Foi lá em que grande parte das minhas memórias de infância foram criadas”.
Ela continua, “Quando você diz ‘eu passei os meus verões em Jersey Shore’ as pessoas sempre dizem ‘Oh, sério?’ porque associam com o programa de TV. Então eu explico ‘Em uma pequena cidade portuária bonitinha em Nova Jersey’ .” Assim como a sua música, há um pouco de pó mágico nas memórias de Swift de Stone Harbor. “Nós vivíamos em uma bacia onde todas essas coisas mágicas aconteciam. Uma vez um golfinho entrou na nossa bacia. Tínhamos uma família de lontras que viviam na nossa doca durante as noites. Nós ligávamos as luzes e podíamos ver eles ali, não fazendo nada, apenas sendo lontras. E em um verão um tubarão apareceu na nossa doca. Eu acabei escrevendo um romance naquele verão porque eu não podia entrar na água. Eu me tranquei em um quarto recluso e escrevi um livro”. Ela me encara com os olhos bem abertos. “Quando eu tinha quatorze anos” , ela ri. “Por causa de um tubarão!”.
O estúdio do Prabal Gurung é pequeno. Cinco pessoas mais o designer – com seus braços musculosos e seu topete – e não há mais espaço para sentar. Swift avista uma foto presa na parede de uma modelo vestindo um dos vestidos do Gurung. “Eu amo Karlie Kloss”, ela diz e toca na imagem. “Quero assar cookies com ela!”. E então ela se vira e olha as roupas, a coleção que Gurung exibiu no sábado. “Então, o que temos aqui?” , ela pergunta assumindo o controle. Inspirada pelas fotos de flores da artista Nobuyoshi Araki, a coleção parece com um Teste de Rorschach em violeta, magenta, turquesa e preto. “Bem do estilo da Katy Perry”, diz Taylor. Ela pega uma blusa branca que é longa nas costas e curta na frente e diz “Uma blusa estilo mullet!”. Finalmente ela vê uma saia que a agrada e prende sua respiração. “Ah, meu Deus! Isso é bonito. O que o fez pensar nisso?”.
“Eu estava pensando: o que é uma mulher forte? Não tem que ser necessariamente rígida. Pode ser bonita”.
De repente, Gurung se coloca diretamente na frente da estrela pop, que é muito mais alta que ele, e diz, “Eu sei que todo mundo deve dizer isso para você, tenho certeza que deve ser redundante, mas eu sou um grande fã. Eu amo a sua música. É realmente bonita – você já sabe disso. Mas, mais do que tudo, é o jeito que você se conduz. De verdade, o jeito que você da conta de si mesma é incrível”.
Taylor solta um sincero “Obrigadaaaaaa”.
“Não, não… sinceramente”, Gurung continua. “Porque é muito fácil se deixar levar pelas coisas erradas e ser como todos os outros, mas você tem se mantido firme, é realmente impressionante”.
Taylor joga seus braços para cima, “Me dá um abraço” , e o envolve.
Assim que saímos ela diz, “Aquilo praticamente me fez ganhar o dia. As pessoas normalmente não elogiam o seu caráter”. Ela balança sua cabeça desacreditada e, de repente, um sorriso se espalha por seu rosto. “E ele tem um cabelo maravilhoso. Ótimo cabelo retrô”.
Não há muito tempo atrás, Taylor foi entrevistada no palco do evento da Billboard de Women in Music por Katie Couric. Em um ponto, Couric perguntou a Taylor uma questão que ela já ouviu muitas outras vezes: “Quando você vai ter algum tipo de escândalo ou ataque ou, pelo menos, uma foto embaraçosa?”. Quando eu toco neste assunto ela diz: “Desde que eu tinha dezesseis anos a pergunta que eu recebo em todas as entrevistas é ‘Então, todas as estrelas pop agora estão sendo expulsas boates de tão bêbadas e indo à loucura – você vai fazer isso?’. Quando era mais nova, eu tinha que ser mais incisiva com as pessoas porque eles diziam ‘Todos dizem isso com dezesseis anos, querida. Espere até você ter dezenove ou vinte. É aí que tudo sai dos trilhos!’ ” .
“Mas, com o tempo passando, eu fui recebendo essa pergunta cada vez menos. Na minha opinião a maior armadilha é perder a percepção de si mesmo. Mesmo que eu esteja em uma posição em que os meus vestidos são realmente bonitos, que os tapetes vermelhos têm muitas luzes brilhantes e eu posso tocar para milhares de pessoas… você tem que absorver isso com cautela. As apostas são muito altas se você fracassar, se você relaxar e não fizer um álbum bom, se cometer erros acreditando que você é maior do que a vida, você pode acabar deslizando”. Ela pausa. “Se você começar a achar que já sabe tudo, é ai que encontra problemas – ou por ficar tolerante ou por falar demais”. Ela ri, “E ninguém gosta disso”.
“Você já se perdeu e agiu de forma malcriada?”
“Sim, mas se eu fizer isso normalmente passo os próximos quatro dias me desculpando”, ela diz. “Tenho ansiedade pós-conversa e digo: ‘Eu sinto muito se eu disse algo estranho. Eu tornei as coisas estranhas? Peço desculpa se eu tornei isso estranho!’ .”
Eu pergunto o que a deixa ansiosa e a sua resposta revela uma desvantagem em ter nascido com tanta determinação. “Eu fico ansiosa com o futuro”, ela diz. “Qual deveria ser meu próximo passo. Depois desse passo, qual deveria ser o próximo. Como eu vou passar por determinada fase. Como eu evoluo”, ela solta um grande suspiro. “Eu me adianto. Penso: o que eu vou estar fazendo quando tiver trinta anos? Mas, não há como saber isso! Então essa equação infinita fica atormentando minha mente e nunca vou solucioná-la. Eu me autoanaliso demais e acabo ficando cheia de preocupações”.
Mas, Taylor Swift é uma garota que está um passo na frente de todos, até dela mesma. “Ultimamente eu estou focando em tentar aproveitar o momento”, ela diz. “Tentando ser quem eu sou e onde estou agora”. Ela ri, “Mas, semana que vem tenho uma grande reunião com meu grupo para planejar 2013, o que torna isso difícil!”.
Taylor divide seu tempo entre seu apartamento em Nashville (“muito Alice no País das Maravilhas”) e uma pequena casa de campo que ela comprou recentemente em Beverly Hills (“confortável, Anthropologie, estilo chique-de-vovó”). Ela está passando algum tempo em Los Angeles porque está discretamente procurando o papel certo no filme certo. Ela sente pressão pra malhar? “Eu nunca quero ser aquela pessoa cuja imagem própria sobressai quem ela é. Eu não sou muito fã de malhar. Não faço regime. Não tenho personal trainer. Adoro caminhar porque é uma experiência e tanto. Se preciso ganhar estamina para a turnê, eu corro toda noite em uma esteira, mas não vou necessariamente para a academia”.
Swift é muito próxima dos seus pais, Andrea e Scott Swift, sendo que ambos são muito envolvidos na sua carreira. Eu peço para ela os descrever: “Minha mãe é calculista, lógica, tem a mente focada nos negócios; doce mas muito, muito direta. Ela faz você se sentir melhor dando pequenas opiniões, mas não mima você. Já meu pai é conversador, é muito social; amigável; conhece todo mundo; ele me fala que cada performance foi a melhor que ele já viu e que cada nova roupa é a mais legal. Animador constante. É legal ter um pai tão exagerado e uma mãe tão realista”.
Ela parece trazer as duas visões de mundo de seus pais para a sua vida romântica. Como ela mesma diz, “Eu me considero uma pessoa inteligente, a não ser quando estou realmente, realmente apaixonada, porque daí sou ridiculamente boba”. Taylor já namorou alguns homens famosos – Joe Jonas, Taylor Lautner, John Mayer, Jake Gyllenhaal. Quando ela tinha dezoito anos Joe Jonas notoriamente terminou com ela pelo telefone – em uma ligação que durou vinte e sete segundos – uma experiência que serviu de inspiração as letras de suas músicas. Ela escreveu uma música condenatória para John Mayer chamada “Dear John”. Namorou com Gyllenhaal no outono de 2010 (ele terminou com ela próximo ao feriado de Natal). Quando eu pergunto se ela está saindo com alguém, ela diz, “Eu não estou saindo com ninguém! Realmente não estou afim de namorar neste momento. Eu tenho estou neste momento incrível da minha vida, não estou triste e não vou chorar nesse Natal, então estou realmente contente com isso”. Você chorou no último Natal? “Eu não vou comentar! É uma história triste!” .
Swift está trabalhando em seu quarto álbum: “Houve este término de namoro, não recente, mas absolutamente terrível” , ela diz, “E este será o tema do meu próximo CD. A única forma de eu me sentir melhor comigo mesma – livrar-me da dor terrível de perder alguém – é escrevendo músicas sobre isso e ganhando alguma clareza”. A música de Taylor não é exatamente igual ao seu diário – é mais inteligente que isso – mas de certa forma as circunstâncias dos seus relacionamentos passados continuam sendo o seu tema universal. Quando eu pergunto se ela pode detalhar algumas coisas que ela aprendeu pelo caminho, ela parece gostar da brincadeira. “Eu tenho algumas bandeiras vermelhas agora” , ela diz.
1. “Se alguém não dá indicação de que quer me conhecer como pessoa, parece ter acreditado nessa imagem de quem eu sou e aprova minha página na Wikipédia? E ainda se apaixona sem ter passado nenhum tempo comigo? Talvez isso seja algo para prestar atenção. Isso desaparece logo. Você não pode se apaixonar por uma pesquisa no Google”.
2. “Se um cara está ameaçado pelo fato de que eu preciso de seguranças, se ele me faz sentir como se eu fosse uma espécie de princesa diva – isso é um sinal ruim. Não tenho seguranças para parecer bacana, ou pra ter uma espécie de comitiva. Eu tenho seguranças porque há uma fila de perseguidores que querem me levar para casa e me amarrar em um cano no porão”.
3. “Se você tem que me rebaixar para se nivelar ou algo assim? Se você se sente ameaçado pelo que eu faço ou quer me diminuir para estar em igual nível? Também não vai dar certo”.
4. “Ainda, eu não consigo lidar com alguém que está obcecado com privacidade. As pessoas meio que se interessam se duas celebridades estão namorando. Mas, ninguém se importa tanto assim. Se você quer tanto ter privacidade ao ponto em que vamos ter que cavar um túnel sob o restaurante para podermos sair discretamente… Eu não posso fazer isso”.
Nossa próxima parada é o estúdio do Joseph Altuzarra no Garment District. “O que achou das roupas do Alex?”, pergunta Altuzarra, referindo-se ao seu amigo Wang. “A coleção dele estava com um estilo esportivo como a minha, não é?”.
“Estava ótima”, diz Taylor. “Era estilo motorista-de-carro-de-corrida/Tron/pista-de-esqui/parka-sem-ser-parka”. Eles caminham até uma prateleira e Altuzarra escolhe um vestido preto muito sexy. “Isso é tããão Jada Pinkett Smith”, diz Swift. “Ela iria ficar linda usando isso”. Taylor vai até outro vestido preto. “Ooooh. Eu gosto deste. Isso é o que você veste se você for um espião”. Ela pausa, “Ou se você estivesse interpretando um espião em uma série de TV”. Ela segura o vestido sob o queixo. “Esta sou eu se estivesse na série Covert Affairs”. Ela pega um vestido com mangas longas e Altuzarra diz “Você poderia usar este também em Covert Affairs”.
“Não”, diz Swift. “Este eu usaria em Without a Trace, se estivesse interpretando a Samantha Spade” , ela ri de si mesma. “Eu assisto muita TV”.
Se às vezes ela parece muito mais jovem do que a sua idade, Swift também pode parecer muito mais velha. No Madison Square Garden em novembro, quase no fim da sua turnê esgotada que demorou o ano todo e passou por mais de 80 cidades, ela convidou a Selena Gomez e James Taylor, dois cantores que não poderiam estar mais opostos em estilos musicais. Mesmo Taylor sendo muito amiga de Gomez, parecia que ela estava muito mais animada e tinha muito mais em comum com James Taylor, o lendário compositor e cantor.
Inclusive, Taylor tem um rol de grandes figuras americanas com que ela sente algum tipo de conexão. “A única vez em minha vida que já fiquei abobada em conhecer alguém foi quando tive um encontro com Caroline e Ethel Kennedy” , ela diz. “Eu pude passar uma tarde com Ethel há algumas semanas. Ela é uma das minhas favoritas porque, quando você olha para todas as fotos dela e de Bobby, eles sempre parecem ter se divertido mais do que todos os outros. Sabe, onze crianças, todos aqueles animais exóticos na propriedade deles. Eu já li muito sobre eles”.
Quando eu pergunto qual carreira ela gostaria de imitar, ela se coloca imediatamente na geração dos anos 50 e 60 ao se identificar, de certo modo, mais com seus pais do que com seus amigos. “Eu olho para o passado e penso em Kris Kristofferson”, ela diz imediatamente. “Ele é tão versátil e tão apreciado por todas as coisas que fez. O fato de ser um brilhante compositor, ter uma brilhante carreira solo e de cinema e, ainda fazer tudo isso com extremo bom gosto. Conheci ele ano passado e ele é uma daquelas pessoas que já está neste meio há anos, mas você pode notar que não foi afetado”. Ela pondera por um momento, “Algumas vezes você vê essas pessoas que são tão afetadas por tudo isso, onde a ambição tomou precedência sobre a felicidade. Mas, quando eu conheço pessoas que realmente incorporam esta serenidade de saber que já viveram uma vida incrível – James Taylor, Kris Kristofferson e Ethel Kenney…”. Ela sorri com olhos cintilantes. “Eles parecem ser tão efervescentes”.
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